Troca de experiências, emoção e impacto social marcam a retomada da OMUNGA na Amazônia

Mais de 200 pessoas participaram do evento de lançamento da campanha que marcou a retomada do Projeto OMUNGA na Amazônia.

A OMUNGA Grife Social e Instituto, empreendimento social que completa 10 anos de existência em 2023, reuniu mais de 200 pessoas entre apoiadores, incentivadores, investidores, formadores de opinião e seu time de trabalho para celebrar a retomada do Projeto OMUNGA na Amazônia, pausado desde o início de 2020 em decorrência da pandemia do coronavírus que causa a Covid-19. O encontro ocorreu no dia 16 de fevereiro no auditório do Ágora Tech Park, em Joinville (SC).

O Projeto OMUNGA na Amazônia conta com os patrocinadores Whirlpool, fabricante de eletrodomésticos detentora das marcas Brastemp, Consul e KitchenAid no Brasil, IBM, Havan, Bayer e TKE, além de pessoas físicas que acreditam num mundo melhor por meio da valorização da cultura e da educação.

A proposta é promover ações educativo-culturais para 200 professores e aproximadamente dois mil alunos não indígenas da rede pública de ensino numa das cidades mais vulneráveis e isoladas do Brasil, Atalaia do Norte, cidade com o terceiro menor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM/2010) do país, distante 1.138 quilômetros a Sudoeste da capital Manaus – fronteira com o Peru e Colômbia.

A noite iniciou com a apresentação de Guilhermo Santiago, voluntário, educador social por meio da música e criador da Síntese de Organização Musical (S.O.M.), que abriu o evento com violão e voz e realizou intervenções ao longo da noite, gerando experiências por meio da música. Com palmas da plateia e uma flauta fabricada no palco, todos foram embalados ao som do Bolero de Ravel, gerado coletivamente.

O evento também contou com relatos inspiradores do indígena Nakua Mayoruna da etnia Mayoruna de Atalaia do Norte. Suas reflexões tiveram como base o respeito que os integrantes da OMUNGA tem pelo povo da sua cidade, as riquezas culturais e naturais de Atalaia do Norte e suas definições sobre riqueza e extrema pobreza.

Cristiane Perin de Oliveira, Gestora de Projetos e Governança da OMUNGA, relembrou toda jornada de aprendizado da OMUNGA com ênfase ao desenvolvimento e execução do Projeto OMUNGA na Amazônia. Desde quando o projeto foi escrito, a fase de captação de recursos ao desafios de execução do primeiro projeto da OMUNGA, viabilizado pela Lei de Incentivo à Cultura.

“Nosso trabalho foi de time. Uma soma de conhecimentos técnicos, estudos de viabilidades, vivências nas regiões mais distantes e isoladas do Brasil e nosso desejo comum de participar do desenvolvimento de um mundo com mais oportunidades, liberdade, autonomia e poder de escolha.”

A mesa redonda entre Ana Carlota, coordenadora pedagógica da OMUNGA; Elizete Monteiro da Silva, secretária municipal de educação de Atalaia do Norte; Diana dos Santos da Silva, coordenadora de educação infantil da Secretaria de Educação de Atalaia do Norte; e Paula Sestari, professora da rede municipal de ensino de Joinville que recebeu o Prêmio Educador Nota 10, da Fundação Victor Civita, e eleita Educadora do Ano em 2014, foi o destaque do evento . As educadoras falaram das suas experiências, do impacto da OMUNGA nas comunidades onde está inserida e, particularmente em Atalaia do Norte, do desafio de conciliar turmas multisseriadas, salas de aula com alunos brasileiros, indígenas e dos países que fazem fronteira com a região.

“Muitos de nossos alunos tiveram o primeiro contato com um livro paradidático, um livro ilustrado, por meio da OMUNGA”, contou a Secretária de Educação de Atalaia do Norte, Elizete Monteiro. Para ela, a relevância da iniciativa é justamente a de transformar a vida da comunidade, em especial dos alunos, porque se preocupa em elevar a cultura local além de produzir conhecimentos.

Ana Sestari, que foi voluntária no Projeto Escolas do Sertão, levou o olhar do professor ao abordar o contraste das condições em sala de aula e as distâncias percorridas para acesso a uma escola, comparando Joinville e Atalaia do Norte. Enquanto ela percorre apenas 800 metros para chegar na sua escola, na cidade do Amazonas os professores percorrem dias em barcos. Mais impactante: muitas escolas sequer têm energia elétrica; além disso, a situação socioeconômica não garante acesso à tecnologia. Para ela, “é um projeto de duas vias: temos a oportunidade de contribuir e absorver a cultura, o saber fazer dessas comunidades. É assertiva quando promove estes espaços de compartilhar conhecimento e experiências.”

A coordenadora pedagógica da OMUNGA, Ana Carlota que participa das expedições desde o início do projeto, contrapôs o seu universo de trabalho em escola privada na capital paulista ao desafio diário dos professores de Atalaia do Norte, inseridos em contexto de diversidade cultural ímpar, porém sem acesso a equipamentos de educação, como bibliotecas e tecnologia, e mesmo mobilidade. Segundo ela, na segunda visita à Atalaia do Norte já percebeu o impacto da OMUNGA na cidade pela forma como foram recebidos. “O movimento nos fez questionar: que marcas deixamos?” Parte das respostas ela já tem: o acolhimento, a troca e o encontro com outras pessoas para escutá-las. “Vamos a um encontro. E, neste encontro, ninguém sai do mesmo jeito,” exemplificou ao contar sobre o processo de desenvolvimento do programa pedagógico para orientação dos professores. “Nosso propósito é ir até a comunidade e provocar reflexão.”

Apoiadores – Para o empreendedor social, fundador e presidente executivo da OMUNGA, Roberto Pascoal, o lançamento da campanha marca a retomada do Projeto OMUNGA na Amazônia e também simboliza a volta das atividades em campo no sertão, na África, na Amazônia e em breve, o início das atividades em Roraima. No mesmo evento, foram apresentados o trailer e um dos episódios da websérie que leva o mesmo nome do projeto (Série: OMUNGA na Amazônia) que será lançada em breve. A apresentação foi uma amostra do que está por vir e uma oportunidade de expressar gratidão a todas as pessoas que apoiaram e ajudaram a OMUNGA nos seus primeiros dez anos de atividades. E, ainda, atualizar o andamento da execução do Projeto OMUNGA na Amazônia. Segundo ele, a retomada das ações está prevista para ainda no primeiro semestre deste ano e serão centradas em quatro movimentos: desenvolvimento dos professores, conclusão da entrega de 20 mil livros, construção da biblioteca na área urbana e produção de documentário sobre as riquezas culturais de Atalaia do Norte. “Estamos em um lugar isolado do país onde outros empreendedores sociais não se dispõe a ir,” lembrou.

O ineditismo e a relevância do projeto foi destacado, por exemplo, pela gerente de Relações Governamentais, Responsabilidade Social Corporativa e Inovação da Whirlpool, Débora Veneziano Paes. Segundo ela, a empresa busca beneficiar as comunidades onde está inserida – referindo-se à planta mantida há 30 anos na Zona Franca de Manaus – e vê na educação a ferramenta ideal para atender esse objetivo.

Emanuelle Camargo, gerente da Loja Havan de Joinville, também destacou o incentivo da marca a projetos sociais, que somaram um investimento de R$ 10 milhões em todo país somente no ano passado. “Participar do Projeto OMUNGA na Amazônia nos traz muito orgulho porque desenvolve ações culturais e sociais em uma das regiões mais isoladas do país,” disse. “A Havan está feliz em fazer parte de um projeto que impacta de forma tão positiva estas pessoas.”

Sobre o OMUNGA na Amazônia – O Projeto OMUNGA na Amazônia consiste na distribuição de livros, ações de desenvolvimento do professor, produção de um documentário de média metragem e construção da primeira biblioteca da cidade. O propósito é dar suporte às ações de educação de Atalaia do Norte, município que exibe indicadores sociais em patamares alarmantes, como o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), considerado muito baixo, com apenas 0,450, um dos piores do Brasil. Para a execução foi realizada a campanha “20 mil livros para a Amazônia” que arrecadou aproximadamente 25 mil exemplares de literatura infantil e infantojuvenil.

As primeiras ações do projeto OMUNGA na Amazônia ocorreram em 2020. Passado o período de restrição sanitária, as atividades retornam e a série de seis expedições deve ser concluída no decorrer deste ano. E, com bônus. É que no período de pausa das ações em campo, o time da OMUNGA desenvolveu atividades que complementarão as entregas previstas na elaboração do projeto como por exemplo, a campanha de arrecadação de livros 20.000 Livros para a Amazônia e a série OMUNGA na Amazônia.

Para mais informações: 47 33056716 | [email protected]

Com gratidão,

TIME da OMUNGA

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