Projeto OMUNGA no Monte Roraima | Subida ao Monte
O Projeto OMUNGA no Monte Roraima é a quarta iniciativa da OMUNGA e a segunda viabilizada pela Lei de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet

Em uma das regiões mais distantes e isoladas do Brasil, a OMUNGA se fortalece ao desbravar locais onde poucas ou nenhuma organização social atua para incentivar o hábito da leitura e criar acessos a ela.
Assim, o empreendedor social e fundador da OMUNGA, Roberto Pascoal, após vivenciar mais de 15 expedições em Uiramutã-RR, cidade atendida pelo projeto e localizada na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana, subiu pela primeira vez o Monte Roraima para potencializar seu entendimento sobre o território, que é considerado sagrado pelas comunidades dos três países, incluindo as indígenas.
Vale lembrar que o projeto realiza ações de desenvolvimento de professores para fortalecer de leitores e registros de memórias relativas à história e cultura de Uiramutã, bem como de suas etnias (Macuxi, Ingarikó e Patamona). Também contempla a distribuição de livros, a implantação da primeira biblioteca da região e a produção de um livro sobre o patrimônio cultural da cidade. Por fim, inclui a produção de um filme/documentário que terá como cenário o Monte Roraima.
Vale lembrar que o projeto realiza ações de desenvolvimento de professores para fortalecer de leitores e registros de memórias relativas à história e cultura de Uiramutã, bem como de suas etnias (Macuxi, Ingarikó e Patamona). Também contempla a distribuição de livros, a implantação da primeira biblioteca da região e a produção de um livro sobre o patrimônio cultural da cidade. Por fim, inclui a produção de um filme/documentário que terá como cenário o Monte Roraima.
No texto abaixo, Pascoal apresenta um relato sobre esta experiência que ocorreu entre os dias 19 e 25 de julho de 2025. Boa leitura!

Relato de Roberto Pascoal, fundador da OMUNGA, sobre a subida ao Monte Roraima
“Quando iniciei a subida ao Monte Roraima, eu não sabia exatamente o que me aguardava.
A curiosidade sobre as descobertas, aprendizados e a contextualização de território para produzir um documentário foi o que mais me motivou. Contudo, durante o percurso, caminhei por uma jornada de sensações, reflexões e aprendizados, muito além do que eu havia imaginado.
O Monte Roraima representa para as comunidades do seu entorno o ‘divino’ ou o ‘espírito maior’. Também simboliza a genuína conexão e dever de proteção da natureza e a ancestralidade. O vínculo com as raízes profundas de seus povos.
É um lugar onde se fala baixo, a contemplação é feita com reverência. Cada passo é dado com presença e respeito, pois é como se estivéssemos caminhando sobre o próprio DEUS: ‘PIÁ’ para a etnia Pemon da Venezuela e ‘PAAPA’ para os Macuxis do lado brasileiro.
Para vivenciar esta conexão divina, juntei-me a 13 aventureiros, por meio da empresa de esporte e aventura Clube Native, com sede em Boa Vista, capital de Roraima.
O trajeto foi composto por dois dias de caminhada para subir, três dias de permanência no topo e um dia para descer.




Dificuldades que nos aproximam de Deus
Seguimos por trilhas de terra, nos embrenhamos em caminhos de pedras e tropeçamos muitas vezes nelas. Contornamos nascentes, atravessamos rios e cachoeiras, pegamos muita chuva, escorregamos no solo encharcado e passamos frio. Dormimos em barracas no campo e dentro de uma caverna, com o chão, por vezes, irregular. Ainda durante a noite, ouvimos alguns integrantes roncarem em todos os timbres possíveis. Era comum bater a cabeça, já que, em algumas partes da caverna, a altura era baixa. Chegamos a almoçar abaixo de chuva e de nevoeiros. Constantemente, éramos envoltos por nuvens, o que deixava tudo mais úmido. Foram noites dormindo em estado “aquoso”.
Foi um confinamento intenso que exigiu resiliência, esforço físico e equilíbrio emocional para lidar com o cansaço, diferentes tipos de pessoas e suas opiniões. E, principalmente, praticar a abnegação de tudo. Pois PIÁ, DEUS ou PAAPA, também prega o desapego.
Sem falar ainda que o número ‘1’ se fazia no mato e o ‘2’ em pequenos sacos plásticos com uma solução que desintegrava o “resíduo sólido”. A equipe do Clube Native foi caprichosa e cuidados até com nosso “cocô”, não os deixando para trás.
Já sabíamos que teríamos que renunciar às ‘convenções’ e ‘necessidades’ habituais, como energia elétrica e acesso à internet. Se bem que, para a maioria dos integrantes, ficar sem notícias ‘tóxicas’ e sem acesso às redes sociais foi uma verdadeira ‘libertação’.
Mas nada disso foi algoz, sofrido ou entediante, porque afinal de contas, nada que nos leva às representações de DEUS é ruim.
A cada passo, percebemos que Ele estava mais vibrante dentro de nós. Além do comportamento respeitoso, nossos olhares e nossa dimensão de consciência estavam mais conectados.
A vulnerabilidade nos torna mais humanos e mais próximos de PIÁ.

As diferenças que o Monte Roraima uniu
Todos que fizeram parte desta expedição encontraram abrigo quente, aconchegante, seco, seguro e confortável uns nos outros. Eram indivíduos com origens, crenças, profissões e experiências de vida tão distintas: médica, empreendedor da construção civil, estudantes do ensino médio e universitários, profissional da segurança aeronáutica, youtuber, assessor parlamentar, juiz federal, padre, piloto de avião e um empreendedor social.
Não se tratou de uma experiência de aventura, mas do espírito de cooperação, de troca de histórias, saberes, escuta e visões de mundo. Todo diálogo acalentou, foi reflexivo, inspirador ou gerou algum tipo de reposicionamento. Tudo era edificante.
Assim, a cada passo, palavra ou gesto, eu percebia a presença de DEUS, em sua essência mais pura. Não se ouvia reclamações, apenas a busca pelas nossas melhores versões e pela união com a natureza.
Isso foi o Monte Roraima, isso foi PIÁ, isso foi PAAPA, isso foi DEUS. Algo muito maior do que uma formação geológica. A energia desse território transcende qualquer explicação lógica. É algo que se sente na pele e no coração, algo que desperta um senso de colaboração e respeito pela vida.
Só quem busca por DEUS e por si mesmo, só quem está aberto ao que o Monte é e vai até lá, consegue entender.

O Monte Roraima e a OMUNGA: Vem aí mais um documentário!
A experiência de subir o Monte Roraima também foi, para mim, um chamado para fortalecer os valores que a OMUNGA busca promover. Tais como o respeito à diversidade, a valorização das culturas do Brasil e do mundo, a união dos povos, o acesso à leitura e mais oportunidades para crianças e professores que vivem distantes dos centros urbanos. Aqueles que não fazem parte das ‘bolhas sociais’ ou do que se pode considerar ‘mundo individual ou seletivo’.
Essa experiência reafirma, nosso compromisso de contribuir com o desenvolvimento de seres humanos mais ‘humanos’.
Seres com uma visão de mundo mais ampla e consciente, potencializando comportamentos que favoreçam a equidade, a cooperação, a inclusão para transformações sociais e, principalmente, humanas.
Agora o desafio é juntar toda a experiência vivida durante as expedições para Uiramutã desde 2020 e o que foi vivido nesta subida ao Monte Roraima para criar o roteiro do documentário que faz parte deste projeto: O documentário “OMUNGA no Monte Roraima”.
Pois foi possível ter uma boa dimensão dos desafios, dos locais para captação de imagens e som, do TIME apropriado e do tempo necessário no topo, além de lapidar ainda mais as ideias, argumentos e abordagens para o roteiro.
Ainda em 2025, deve acontecer mais uma subida ao Monte Roraima, desta vez para uma expedição mais técnica para que outros profissionais da OMUNGA possam se contextualizar e se preparar para a Expedição de produção. Além disso, será possível visitar os locais de gravação, buscar soluções para alguns ‘obstáculos’, (como o fato de não haver acesso à energia elétrica), definir onde serão os acampamentos na parte do Monte que abrange o território brasileiro (lado que pertence ao município de Uiramutã), definir quais Tuxauas e Professores de Uiramutã farão parte, entre outras decisões importantes.

Ser OMUNGA e ter o OMUNGA Soul
Tudo isso porque somos a OMUNGA. Um empreendimento social que se importa com aqueles que vivem nas regiões mais distantes e isoladas do Brasil, mesmo sem conhecê-los. Porque nos submetemos a sair de nossa zona de conforto para vivenciar os mais diferentes percalços para que milhares de crianças e centenas de professores possam ter acesso aos livros e, consequentemente, expandir sua visão de mundo e se apropriarem mais de suas próprias potências para uma vida com mais liberdade, autonomia e poder de escolha.
Creio que o que realizamos ao longo desses 13 anos junto ao Projeto Escolas do Sertão (Betânia do Piauí e Curral Novo do Piauí/PI), Livros para África (Luanda, capital de Angola), OMUNGA na Amazônia (Atalaia do Norte/AM), OMUNGA na Ilha do Marajó (Chaves/PA), e, agora, junto ao Projeto OMUNGA no Monte Roraima (Uiramutã/RR), tem apontado que estamos num bom caminho.
Que PAAPA, PIÁ ou DEUS, nos guie e coloque tantos outros anjos, benfeitores e aliados em nosso caminho. Pois juntos, somos mais fortes! Juntos somos mais OMUNGA!
Vem aí o Documentário: OMUNGA no Monte Roraima!
Com carinho e gratidão,
Roberto Pascoal”
Empreendedor Social e Fundador da OMUNGA
[email protected] | @roberto_pascoal

O Projeto OMUNGA no Monte Roraima é uma parceria da OMUNGA com o Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura, com apoio da Martinelli Advogados e patrocínio da Bayer Brasil, WEG e Deloitte Brasil, além de doadores de livros, fornecedores, parceiros e benfeitores de todo o Brasil e de outros países.
Se você ou a empresa que você faz parte, realiza investimentos via Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), clique aqui, saiba mais sobre o Projeto OMUNGA no Monte Roraima e faça parte!
Obrigado por visitar nosso blog e até a próxima!
Um forte abraço do TIME de Comunicação da OMUNGA!
[email protected] | +55 (47) 3305-6716
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