Voltando ao sertão!

Sem dúvida, essa foi a melhor viagem que fiz.

Viajar ao Sertão do Brasil me lembrou muito do que vivi no Caminho de Santiago de Compostela e em algumas regiões do interior de Angola. Foram momentos inesquecíveis, de profunda empatia. Vivenciei outras histórias, cultivei novas memórias. Dessa vez, junto às comunidades beneficiadas pelo projeto Escolas do Sertão.

 

 

Tenho especial carinho por todos os envolvidos nesse projeto, pois foi a primeira iniciativa da OMUNGA, quando, formalmente, nem a grife social ou o instituto existiam, e também não poderíamos nem sequer imaginar o que a OMUNGA viria a se tornar.

O projeto Escolas do Sertão foi, e continua sendo, uma ideia fantástica, em que o caminho e a experimentação são apaixonantes. Cada passo da jornada fortalece o propósito de levar a educação para regiões onde pouca ou nenhuma organização social atua e, ao mesmo tempo, servir de ponte para quem acredita que a educação é, sim, um direito de TODOS. Se você, assim como a gente, também acredita que a educação pode transformar o futuro do Brasil e do mundo, assine o OMUNGA Clube e viva essa transformação com a gente clicando aqui!

 

professores reunidos

 

Nas duas cidades beneficiadas pelo projeto, Betânia do Piauí e Curral Novo, fui bem recebido por prefeitos, professores e alunos. Porém, diferentemente das outras ocasiões em que lá estive, dessa vez fui também convidado por familiares dos beneficiados à visitar as suas residências e famílias. Tive a oportunidade de conhecê-los melhor, ter refeições em conjunto, conhecer ainda mais a culinária local, descansar e dormir em suas casas. 

Era casa de pau a pique e rede para todo lado. Um Brasil que muitos não conhecem, e que eu mesmo não conhecia tão de perto. Muito além das histórias que nos contam e do que víamos de acordo com as experiências pela qual passávamos nos caminhos das outras viagens.

O banho, é de pote, a carne é de bode mas galinha caipira, também não faltou. 

 

prato de comida tipico do sertão

 

Nem todas as famílias têm a possibilidade de assistir qualquer programa de informação ou entretenimento na televisão, algo tão comum para a maioria de nós. Observar o fascínio de quem jantava sob a recém-chegada energia elétrica em casa foi realmente inesquecível. Percebi o entusiasmo da conquista quando uma família, havia recém comprado de uma placa de energia elétrica. Afinal, não está acessível a todos. E, é claro, que se torna uma grande festa.

 

 

Foram muitas surpresas. Não só a alegria visível pelo retorno da OMUNGA mas também pela conservação das bibliotecas e os cuidados tanto com a construção quanto com o acervo. Uma gratidão genuína estava presente a cada passo, em todo lugar. As crianças estavam entusiasmadas. 

Nessas regiões, viabilizamos a construção de duas bibliotecas. No total, foram 224 horas de formação de professores realizadas, além de 10 mil livros e seis computadores entregues. Também nutrimos um profundo respeito à história e ao contexto de cada pessoa que lá conhecemos. Aproveitamos a sabedoria comunitária presente no dia a dia transformado-a em elementos fundamentais para as formações de professores que realizamos para centenas de educadores.

Quer saber tudo o que acontece nos bastidores da OMUNGA e ainda vivenciar uma experiência social incrível? Assine o OMUNGA Clube clicando aqui!

 

biblioteca da OMUNGA

 

Há um abismo entre lá e cá. Uma desconexão com aquilo que é tão trivial para nós. E a OMUNGA deseja ser a ponte entre essas comunidades, pessoas e empresas solidárias fazendo uso de toda nossa potencialidade enquanto agentes de transformações sociais.

A volta para casa não foi marcada somente por motivação, mas também por reconexão e senso de realização.

Parcerias já ressurgiram para retomada da formação de professores, inclusive previstos já para outubro de 2019, além da transferência de uma de nossas bibliotecas para outra escola que possa atender a mais crianças. 

 

Foto com prefeito de betania do piaui

 

Após seis anos de atuação nessas regiões, percebemos importantes sinais de assistência externa por meio de empresas e organizações sociais, fazendo com que essas comunidades sejam mais assistidas do que já foram há poucos anos, como por exemplo, o Projeto Mais Água, da Mineradora Bemisa e, mais recentemente, a Votorantim, com o programa Votorantim pela educação.

Desde 2012, criamos pontes para crianças e professores, para que alcancem seus sonhos, desejos e potencialidades. Mesmo que Betânia do Piauí e Curral Novo do Piauí não sejam mais cidades tão “desassistidas”, por conta dos novos agentes sociais, nós vamos continuar. Atender a toda a comunidade educacional com o mesmo respeito, entrega, entusiasmo e gratidão, pois foi lá que nosso sonho começou a sair do papel.

Sobretudo, vale a pena. As noites não dormidas para finalizar projetos e levantar recursos financeiros. A busca por parceiros, voluntários e assinantes, que viabilizam os nossos objetivos em nome de cada crianças que já leu mais livros do que um pai ou mãe da mesma comunidade, leu durante sua vida toda. 

 

crianças beneficiadas reunidas

 

Assim, as crianças aprendem não só a ler, mas a se divertir com a leitura que tanto ensina a pensar, a desenvolver senso crítico e alargar a visão de mundo. É um projeto que ensina pela experimentação, não só os direitos humanos, mas a viver melhor agora e ter futuro. 

A ser criança na hora de ser criança e imaginar em paz uma vida colorida e feliz.

 

Por Roberto Pascoal | Empreendedor Social e Fundador da OMUNGA Grife Social e Instituto | [email protected]

Contribuição: Redatora Voluntária | Polly Niehues | [email protected]om

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