Expedição de Contextualização do Projeto OMUNGA na Amazônia | Jan/20
Desde o início do processo de reestruturação dos meios de monetização da OMUNGA, tínhamos o desejo de viabilizar o Projeto “OMUNGA na Amazônia” via Lei de Incentivo à Cultura. Esse foi o primeiro desafio de nossa gestora Cristiane Perin, o de reunir todas as informações necessárias para elaborar o projeto de acordo com os parâmetros do Ministério da Cidadania via Secretaria Especial da Cultura para que partíssemos para a fase de captação de recursos.
Foi mais de um ano elaborando o projeto, captando recursos e preparando a primeira expedição para Atalaia do Norte/AM, cidade beneficiada pelo projeto “OMUNGA na Amazônia”. A escolha do município de Atalaia do Norte se deu a partir dos critérios da OMUNGA, que visam beneficiar cidades distantes ou isoladas com indicadores sociais em patamares alarmantes, onde poucas ou nenhuma organização social atua.
Localizada no interior do estado do Amazonas, na fronteira com o Peru, Atalaia do Norte ocupa a 5.563ª posição entre os 5.570 municípios brasileiros, segundo o IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal. Em relação ao IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o município vem evoluindo. Em 2011, o índice da rede pública, considerando todas as séries, apontava para 2,6 e, em 2017, a média foi de 4,5. Mesmo que o número tenha praticamente dobrado, está abaixo do que é considerado ideal.
Passamos muito tempo realizando estudos com base em sites de informações, redes sociais, pesquisas que contemplam esferas sociais e conversas com o poder público local, em que pese a limitação do município em termos de comunicação virtual.
Após tanto tempo respirando as potencialidades e as necessidades de Atalaia do Norte, que representa tantas cidades do mesmo contexto no Brasil, a ansiedade era inevitável. Os participantes da primeira Expedição OMUNGA na Amazônia, foram Roberto Pascoal, Empreendedor Social e Fundador da OMUNGA Grife Social e Instituto, responsável pela articulações com o poder público e o Professor Universitário e Fotógrafo Voluntário, Daniel Machado, responsável pela captação das imagens que serão usadas para campanha de lançamento do projeto.
Ambos, saíram de Joinville, com escala no aeroporto de Guarulhos até chegar em Manaus. Para que tivessem um contato mais imersivo com as características amazônicas, resolveu-se encarar uma viagem de dois dias em uma lancha, como são chamadas as embarcações que transportam em torno de 120 pessoas de Manaus até Benjamin Constant. Posteriormente, seguiram por mais uma hora de carro até Atalaia do Norte.
As características estruturais da cidade chamaram a atenção, considerando a diferença para Joinville, onde a OMUNGA foi fundada. Mas a forma como foram recebidos pela Secretária da Educação, Maria Edmar Tezanor e pelos professores, demonstrou nas primeiras horas de chegada que uma das maiores riquezas de Atalaia do Norte são as pessoas.
Percebemos um inquestionável desejo por conhecimento, ações colaborativas, melhorias por outras referências. Não falta vontade pelo desenvolvimento e entende-se que a soma de esforços e conhecimentos podem gerar grandes transformações.
Para que pudéssemos respeitar e entender a história, o contexto, a realidade e as necessidades dos educadores, realizamos dois encontros com, aproximadamente, 80 professores. Através de dinâmicas, trocas expositivas, e trabalhos em grupos, percebemos o quanto os professores de Atalaia do Norte são aficionados por melhorias na educação. Percebemos também o profundo amor à sua biodiversidade natural, à história do município e às manifestações culturais locais, principalmente as lendas em que personagens como a Curupira, o Boto e o Bate-Bate visam proteger a natureza.
Em termos de conteúdos pedagógicos, houve manifestação sobre as especificações necessárias para atender aos alunos indígenas, novas tecnologias, nova BNCC (Base Nacional Comum Curricular), valorização do professor, formação de leitores, fortalecimento dos movimentos culturais locais, entre outros.
A OMUNGA, possui grande cuidado e respeito na aproximação e na busca de entendimento da realidade das regiões beneficiadas por seus projetos. Não considera que, a partir da presença de sua equipe as coisas comecem a funcionar ou serem melhores. A OMUNGA acredita na soma da formação dos educadores, suas vivências junto à comunidade escolar, seu desejo por melhorias e a experiência de nossa equipe, formada por coordenadora pedagógica, contadores de histórias, profissionais de desenvolvimento humano, professores, curador de conhecimento, entre outros profissionais é que fazem a diferença. JUNTOS!
Para promover ainda mais empatia com os beneficiados do novo projeto, conhecemos escolas, visitamos diferentes comunidades ribeirinhas, dialogamos com muitas famílias para saber quais são suas percepções sobre a educação. E nos surpreendemos ao perceber que muitas famílias já nos aguardavam para manifestar sua alegria e felicidade por conta do projeto, pela construção da primeira biblioteca da cidade, pela formação de professores com duração de dois anos, pelos livros que serão distribuídos em outras escolas e pela visibilidade que a iniciativa proporcionará para Atalaia do Norte. De modo particular, em nada nos lembrou a posição da cidade no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano.
Também visitamos vários terrenos a fim de identificar o mais adequado para a construção da biblioteca que compõe o projeto OMUNGA na Amazônia. Esse terreno será cedido pela Prefeitura Municipal de Atalaia do Norte.
Por fim, assinamos um termo de cooperação com a Secretária de Educação de Atalaia do Norte, Maria Edmar Tezanor, formalizando o engajamento do município, junto ao Projeto OMUNGA na Amazônia.
Os registros fotográficos de Daniel Machado que ilustram essa postagem farão parte de uma exposição fotográfica que será lançada em breve.
Para Roberto Pascoal, “estar em Atalaia do Norte fortaleceu nosso DNA, nossa #omungasoul”, referindo-se à determinação, coragem, resiliência e espírito de desbravamento da OMUNGA.
Já para Daniel Machado “a sabedoria local e o respeito, principalmente pela natureza, demostram que os próximos dois anos serão de uma rica partilha”.
Essas experiências, articulações e informações, absorvidas durante a primeira expedição OMUNGA na Amazônia, no mês de janeiro, serão fundamentais para a segunda expedição que ocorrerá no mês de fevereiro com o time pedagógico para uma ação de escuta com todos os professores do município para validação de nossa proposta pedagógica.
Vem aí um novo projeto! Uma nova iniciativa que visa a levar mais educação e valorizar mais professores de regiões distantes isoladas ou distantes onde poucas ou nenhuma organização social atua.
O Projeto OMUNGA na Amazônia é viabilizado pela Lei de Incentivo à Cultura e conta com os investidores Whirlpool, fabricante de eletrodomésticos detentora das marcas Brastemp, Consul e KitchenAid no Brasil, além de pessoas físicas que acreditam num mundo melhor por meio da valorização da cultura e da educação.
Agradecemos aos nossos assinantes, doadores, voluntários, parceiros, investidores e ao nosso TIME FASTÁSTICO! Pessoas que fazem tudo isso acontecer.
Com muita gratidão,
Equipe OMUNGA.
[email protected] | 47 3437 0651
Texto publicado com a colaboração do redator e escritor Jura Arruda ( [email protected]).