O que mudou com o projeto Escolas do Sertão, segundo a voluntária Paula Sestari
Se é para falar de entusiasmo e de coisas boas que estão por vir, temos muito a fazer com relação à formação dos professores nas regiões contempladas pelos projetos da OMUNGA.
No mês de abril, o empreendedor social e Presidente do Instituto OMUNGA, Roberto Pascoal, e o nosso querido fotógrafo voluntário Daniel Machado estiveram no sertão e foram nossos olhos e nossos ouvidos no contato com as cidades de Betânia do Piauí e Curral Novo, duas cidades beneficiadas pelo projeto Escolas do Sertão, promovido pela OMUNGA Grife Social e agora também pelo Instituto OMUNGA.
E, em meio aos desafios que nos esperam, trouxeram boas notícias de que, mesmo com a aridez das dificuldades, as sementes que foram plantadas nas formações realizadas em 2015 e 2016 estão dando bons frutos.
Mudanças que percebemos no cenário das escolas
Nós, da equipe pedagógica, ficamos muitos felizes em constatar, pelas imagens e relatos dessa viagem, que o cenário de muitas escolas não é mais o mesmo. Vimos salas mais iluminadas, paredes que documentam uma proposta pedagógica, organização de ambientes que contribuem com o planejamento docente, enfim, traços de que a semente cresceu, floresceu e alimenta as perspectivas de tantas crianças e adolescentes que têm na educação sua grande chance de uma vida melhor.
As transformações são sutis se comparadas com aquilo que temos como meta, porém é nesse ritmo que pretendemos caminhar, com um passo de cada vez.
Que cada intervenção, cada ideia ou proposta de contribuição que nasce das formações promovidas seja a contribuição para avanços que permaneçam, criem raiz e incentivem professores e professoras a ser e fazer diferente, pois, uma mente que se abre para uma nova ideia…. vocês sabem, né, como bem disse Einstein.
Tendo resgatado laços, renovado parcerias, nossa proposta é de adubar essa terra fértil, plantar novas sementes e fazer o trabalho do jardineiro que, com sua mão, zela, poda, abraça, mas respeita a semente, o tempo e as estações, pois da sua mão vem o trabalho, mas é da terra mãe que surge a transformação da vida. Nessa correlação, as próximas formações terão o intuito de acolher os anseios desses professores, suas necessidades e possibilitar encontros que favoreçam a reflexão e produtivas provocações.
Diálogo e troca de experiências para transformar a realidade
Nas oportunidades de encontro, tivemos como resultado solidário troca de experiências, encontros dialógicos de um fazer docente que conjuga dos mesmos ideais sociais, porque é pela palavra que homens e mulheres se formam e se transformam, numa real amostra de toda obra freireana.
Com o propósito de ser presença constante no sertão, buscamos formalizar os instrumentos de diagnóstico, acompanhamento e avaliação dos trabalhos desenvolvidos, para que não somente nós, que estamos envolvidos no processo, mas todos os parceiros que acreditam no trabalho desenvolvido pela OMUNGA tenham a oportunidade de verificar as transformações ocorridas.
Plano de ação para avaliar a evolução das escolas
Nesse sentido, o plano de ação consiste em estratégias que resultem em dados também mensuráveis quanto à evolução das escolas e desempenho dos alunos. Ao longo do processo será possível uma análise dos indicadores de qualidade, tanto os oficiais quanto os que serão levantados pela equipe.
Portanto, temos a convicção de que é com a ampliação de repertório e a sensibilização para as riquezas históricas e culturais e que depende de cada região mantê-las vivas, por meio da sua valorização, que a OMUNGA atuará. Pois nosso sentimento corrobora com Rubem Alves, quando poetisa que:
“Todo jardim começa com um sonho de amor.
Antes que qualquer árvore seja plantada
ou qualquer lago seja construído,
é preciso que as árvores e os lagos
tenham nascido dentro da alma.
Quem não tem jardins por dentro,
não planta jardins por fora
e nem passeia por eles…”
E lá vamos nós… em breve mais novidades!
Paula Sestari
Voluntária Pedagógica da OMUNGA